Circulou, entre os amigos online, uma lista das 100 coisas pra se fazer antes de morrer. A puxada pro artigo ainda te zoava: aposto que você só fez 5 delas. Apareceu num amigo, apareceu noutro. Achei que eles estavam querendo promover a felicidade alheia. Mas era só beijinho no ombro mesmo, porque a lista era “100 coisas que gente rica que já foi várias vezes pra países do hemisfério norte deveria ter feito”. Uma das minhas alegrias deste ano foi encontrar vários vídeos do escritor Ariano Suassuna de suas palestras e curtir como ele se comunicava. Um, em especial, é incrível por falar sobre o que aconteceu no dia seguinte em que ele entrou na Academia Brasileira de Letras. Ariano Suassuna não saiu do país em sua vida (pelo menos é o que ele diz em uma de suas aulas, quando já tinha mais de 80 anos) e conhecia o sertão e outras cercanias brasilieras. Ele nunca viu a aurora boreal, não viu peça da Broadway, não encontrou estrela americana de cinema. Mas encontrou Cervantes, da melhor maneira possível: em sua obra, onde o artista não carrega suas falhas normais, aquelas que todos temos, e eleva nosso espírito. Você sabe que essas listas são mentiras, né? Pois são. Mas elas doem. A pessoa que vê a lista é levada a acreditar que há uma razão pra ela não ser feliz, pois não executou esses parâmetros. Esta lista em particular deixa claro que, pra ser feliz, você nasceu no lado errado do continente. Esse artigo faz parte das ferramentas que o mundo online coloca sobre você pra que você acredite, fielmente, que você ainda não é feliz mas PODERIA ser. O que eu tenho visto não é pessoas guardando dinheiro pra ver aurora boreal, mas sim pra comprar o mais novo celular do mundo para que elas possam continuar a ver como os outros são felizes – e se sentirem miseráveis. Não existe bula pra felicidade e qualquer site que acha que pode te oferecer isso com uma “lista” tá mentindo. Muito. Mas existem paliativos, e esses merecem ser compartilhados. Nos comentários coloco o vídeo de Ariano Suassuna. Aproveitem – e coloque Ariano na sua lista de leituras, pois esse pode ser um verdadeiro caminho de felicidade.

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“Eu não acredito que tal-pessoa vai votar em tal-pessoa”. Pois acredite. Vivemos numa democracia e todos tem direito de votar em quem quiserem. Você pode discordar, sem problemas, mas você tem que aceitar a pluralidade de ideias e ampliar a conversa. …só dê preferência a candidatos que apoiem a continuação da democracia e a favor da nossa liberdade de escolha.

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Qual a diferença fundamental entre política e futebol Quando você vai no estádio, torcer pro seu time, você tá pouco se lixando pro pessoal do lado de lá. Você nem se importa com as autoridades constituídas (juiz, bandeirinhas, polícia), porque você tá ali pra apoiar o seu time. Você sabe que, quando os seus jogadores fizerem merda (falta, mão na bola, enrolar pra cobrar falta, impedimento, etc) você vai aplaudir ou rir sarcasticamente e sofrer com a injustiça que é quando as mesmas coisas acontecerem do outro lado. No final do jogo, cada um vai pra casa, com a chance de que uma das facções (a que perdeu) esteja triste/raivosa com o resultado – o que pode acarretar em pandemônios, destruição de propriedades, feridos, esculhambação geral. No fim, a grande maioria de nós vai pra casa. Numa eleição, quando acaba, não dá pra ir pra casa. Você mora no campo. A pessoa que você tá xingando vai continuar com você nas próximas horas, dias, semanas, anos. O que tá importando aqui não é se o resultado vai ser positivo, porque não importa quem ganhar essa pessoa vai estar a cargo de todos que moram aqui – não só do time vencedor. Política deveria ser um embate de opiniões em prol de toda a população e não uma disputada de futebol – ou UFC, dependendo da temperatura da coisa. Quer conversar sobre o assunto com alguém? Puxe a conversa ao vivo, debata sobre ideias, não xingue, exponha a sua opinião e escute o que o outro tenha a dizer, tente entender porque a pessoa está pensando do jeito oposto ao seu e converse. No final, mesmo com camisetas de cores diferentes, a gente está torcendo pelo mesmo time. PS – Isso vale pra pessoas civilizadas que querem conversar. Se a pessoa rosnar pra você simplesmente afaste-se. Ela não quer conversar, ela quer ter razão, ela quer culpar alguém que não seja ela mesma. Não amplifique a raiva e não dê trela para pessoas que preferem ignorar a realidade do nosso mundo.

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Caríssimos amigos, Nas últimas semanas percebi que há algo de errado com o logaritmo do Facebook e então, em vez de pedir pra você copiar e colar o que eu escrever, em vez de pedir pelamordedeus que você me dê like, comente e compartilhe – pra eu poder lidar com a minha carência em rede social – resolvi sair daqui e cuidar dos relacionamentos que eu tenho na vida real. Aguardem telefonemas – aquele trosso vintage que o celular fazia antes de ter tantos apps.

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Se você é cristão, você deveria ser o primeiro a desconfiar de quem usa as palavras da sua religião para conseguir votos. Confesso que não sou religioso, mas sempre me dá coceira ver gente usando de uma filosofia humanitária (aquela de Jesus, do novo testamento, que fala sobre amar o próximo, dar a outra face, “atire a primeira pedra” e outros conceitos de igualdade entre todos) para receber votos. Em si parece contraditório. Afinal, se você realmente segue esses princípios, então suas ações do dia a dia demonstrarão isso. Quando alguém quer meu voto dizendo “eu fiz teatro uma vez quando era mais jovem”, eu sempre penso que isso não quer dizer nada. Porque dizer que você compartilha da profissão, ou da filosofia, é muito diferente de você realmente seguir como padrão de vida. Muito diferente. Eu lembro de frequentar a igreja do bairro junto com gente que batia na mulher em casa (a gente ouvia e os filhos confirmavam). Acompanho, horrorizado, os casos que pipocam pelo planeta todo de pedofilia perpetrado por padres – reconhecidos pelo Vaticano e que farão parte dos assuntos discutidos no ano que vem. Dizer que segue é muito diferente de seguir, dizer que é não é igual a ser. Meu post é motivado por ouvir pessoas afirmarem pra mim que votarão em candidatos por serem religiosos, o qual eu pergunto de volta “mas, fora a pessoa dizer que é, quais atos dela demonstram isso?”. Quando a pessoa me fala sobre as opiniões dos candidatos, elas sempre me parecem mais conservadoras do que religiosas. Então a minha dúvida continua, a coceira que tenho aos candidatos que usam religião para atrair votos aumenta e lembro que uma das razões pelas quais foi escolhido um Estado laico foi para que a religião não virasse um ponto de exclusão. Afinal, se o Estado seguisse apenas uma das religiões, qual seria a liberdade de culto para as outras? Mas confesso, novamente: não sou religioso. Mas você, que é, deveria ter coceiras mais alérgicas que as minhas.

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